Ucrânia e o descaso do mundo

 "(...)Durante os séculos X e XI, o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a Rússia de Kiev, o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações eslavas orientais nos séculos subsequentes (ex.: russosucranianos e bielorrussos[4]). A capital do principado era Kiev, conquistada dos cazares...

Eslavos é o termo usado para se referir a uma ramificação étnica e linguística de povos indo-europeus que vivem principalmente na Europa central e oriental. A partir do começo do século VI eles se dispersaram para habitar a maior parte da Europa central, oriental e os Bálcãs. Posteriormente, muitos estabeleceram-se na Sibéria[e na Ásia Central ou emigraram para outras partes do mundo. Mais da metade do território europeu é habitado por comunidades de falantes de línguas eslavas

(...)

Na segunda metade do século XVIII, o sul da Ucrânia tornou-se uma das principais fontes de trigo para o Império Russo.

Em 1783, o Canato da Crimeia foi anexado pela Rússia, que encerrou a dominação tártara na região.

Entre 1793 e 1795 ficou definida a partilha da Polônia entre a Prússia, a Áustria e a Rússia, que ficou inicialmente com os territórios situados à leste do Rio Dniepre, enquanto que a Aústria ficou com a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da Galícia).

(...)

Em 1796, a Rússia passou a dominar também territórios a oeste do Rio Dniepre, região seria chamada de "Nova Rússia".

Em que pese o fato de que as promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereiaslav nunca se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do Império Russo, participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o Império Otomano e ascendendo por vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa. Posteriormente, o regime tzarista passou a executar uma dura política de "russificação", proibindo o uso da língua ucraniana nas publicações e em público.

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Por meio do Tratado de Brest–Litovski, assinado no início de 1918, a União Soviética abriu mão de exercer soberania sobre grande parte do território ucraniano, mas esse Tratado foi anulado com a derrota dos Impérios Centrais, ao final da Primeira Guerra Mundial, e o território passou a ser disputado na Guerra Polaco-Soviética.

O colapso dos Impérios Russo e Austríaco após a Primeira Guerra Mundial, bem como a Revolução Russa de 1917, permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol da auto-determinação em boa parte da Ucrânia.

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Com o término da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas.

Anexação da Crimeia

No final de 1953, teve início a construção de um sistema de irrigação levando a água do lago da hidrelétrica de Kakhovka para o norte da Crimeia, para facilitar a administração dessa construção, foi sugerido que a Crimeia passasse a ser parte da RSS da Ucrânia.

Em fevereiro de 1954, Khrushchov, aproveitando também a ocasião das comemorações dos 300 anos do Tratado de Pereiaslav, acatou a sugestão, e a Crimeia deixou de ser parte da República Socialista Federada Soviética da Rússia, para passar a integrar a RSS da Ucrânia.

Acidente nuclear de Chernobil

Em 26 abril de 1986, ocorreu o acidente nuclear de Chernobil, a 130 km ao norte de Kiev, considerado o mais grave acidente nuclear da história...

Após 1985, com a subida de Mikhail Gorbachev ao comando da URSS, teve início a Perestroika, e nacionalistas ucranianos e comunistas fundaram o Movimento Popular Ucraniano pela Perestroika (MPUP), que reivindicava uma maior autonomia econômica e política e venceu as eleições legislativas de março de 1990.

Em 16 de julho de 1990, o Soviete Supremo (Parlamento) da Ucrânia proclamou a soberania da república.

Em 24 de agosto de 1991 foi aprovada a Declaração de Independência e foi convocado um plebiscito para ratificá-la, que ocorreu em dezembro de 1991, no qual 90% dos votos foram favoráveis à ratificação, no mesmo dia, Leonid Kravchuk (ex-primeiro-secretário do Partido Comunista da Ucrânia) foi eleito presidente com 60% dos votos.

(...)

Em 5 de maio de 1992, a Crimeia declarou a independência, mas cedeu às pressões de Kiev e cancelou a declaração em troca da concessão de autonomia econômica.

Em junho de 1992, a Rússia cancelou o decreto de 1954, que cedeu a Crimeia para a Ucrânia e exigiu a sua devolução.

Em junho de 1993, a Rada Suprema decidiu que pertenceria à Ucrânia todo o arsenal nuclear da extinta URSS estacionado naquele país e, desse modo, a Ucrânia tornou-se a terceira potência nuclear do mundo. Nessa época de crise econômica, Leonid Kutchma renunciou ao cargo de primeiro-ministro

Em setembro de 1993, a Ucrânia cedeu à Rússia parte da Frota do Mar Negro correspondente à Ucrânia, como pagamento de dívidas pelo fornecimento de petróleo e gás. Além disso, foi firmado um convênio de cooperação para desmontar poderosos mísseis intercontinentais que a Ucrânia queria manter como garantia contra possíveis projetos expansionistas russos. A oposição denunciou o acordo em Kiev.

(...)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Ucr%C3%A2nia


Outros pontos que devemos observar:

1. Guerra Fria - é um período pós-segunda guerra de conflito entre as duas grandes potências EUA e URSS que, por ter poder  nuclear tentavam manter um equilíbrio e evitar uma 3 guerra mundial.

2. Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - é uma aliança militar de assistência mútua...criado pós-guerra pelos Estados Unidos com o objetivo de  promover um sistema de defesa entre os países membros. Em caso de ataque todos os países membros se envolvem no conflito.

3. Tratado de Minsk - Acordo assinado .. na Ucrânia, que pôs fim à guerra no leste do país em 2014, quando a Crimeia foi anexada à Rússia. O Tratado estabelece uma divisão formal entre as áreas do leste (com influências russas), e a área ocidental (com influências europeias) assegurando o cessar fogo.

4. Botão Vermelho (Guerra Nuclear) - Durante a Guerra Fria instaurou-se o pânico por uma possível ameaça nuclear. (...)o assunto volta a ser discutido pela possibilidade do presidente da Rússia, Vladimir Putin, usar as armas nucleares, caso ele não consiga o que pretende nesta guerra com a Ucrânia.

5. KGB (Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti) - Antigo serviço de inteligência soviético, ... envolvia processos de espionagens com equipamentos e infiltração de pessoas. Putin, atual presidente russo, atuou como agente da KGB.

6-grandes potências- a multipolaridade preocupa por questões das disputas entre: EUA, Rússia, China

7. Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) - ... sistema de colaboração bancária internacional criado nos anos de 1970. ... a compra realizada entre países é feita pelo sistema bancário que se comunica dentro da plataforma do Swift."

Com a invasão à Ucrânia , a Rússia vai ser retaliada nesse sistema bancário.

https://noticias.r7.com/educacao/de-olho-no-vestibular-sete-pontos-para-entender-a-guerra-na-ucrania-09032022 (adaptado)

Por que a Ucrânia tem tanta importância para a Rússia?

A Ucrânia possui grande importância para a Rússia, especialmente em termos geopolíticos, uma vez o país serve como “escudo” contra uma possível invasão do território russo. Assim, os russos enxergam a Ucrânia como um espaço fundamental para sua proteção, principalmente com relação aos países da Europa Ocidental, já que uma invasão terrestre da Rússia requer a mobilização de tropas e equipamentos pelo extenso território russo.

Tal cenário é amplificado por questões culturais, uma vez que para muitos russos, a Ucrânia é o berço da civilização russa. Esses laços culturais entre os dois países perpassam questões como:

  • idioma;

  • religião;

  • cultura.

Sendo assim, é fomentado entre os nacionalistas russos o desejo da formação de uma grande Rússia, fato que não é admitido pelos ucranianos.

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/tensao-entre-russia-e-ucrania.htm


O mundo assiste perplexo a invasão russa ao território ucraniano, sabe dos crimes de guerra, ouve os apelos de um chefe de Estado que pôs o seu país nessa situação ao não analisar o seu poderio militar diante da Rússia ao tomar decisões de alinhamento com o ocidente.

Do outro lado, um chefe de Estado que não tem nada a perder por se sentir no direito, pela história, de ter o território ucraniano sob a sua tutela.

A guerra Fria não acabou, ela apenas se escondeu diante do advento da globalização. O mundo tem medo de uma guerra nuclear entra essas potências poderosas  do passado e as de agora.

Mas, mesmo assim, o sentimento de descaso, covardia nos faz questionar: quando será a nossa vez?

Precisamos de limites!

Direitos Humanos  são para todos!

As bombas de Hiroshima e Nagasaki já foram esquecidas?

Vamos pesquisar mais!



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